"É uma coisa retrógrada, não é? De 'pega ladrão', 'tudo suspeito'"

02.11.2025

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“É uma coisa retrógrada, não é? De ‘pega ladrão’, ‘tudo suspeito'”

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 25.01.2022 13:16 comentários
Brasil

“É uma coisa retrógrada, não é? De ‘pega ladrão’, ‘tudo suspeito'”

O presidente do PV, José Luiz Penna (foto), disse, em entrevista a O Antagonista, que a candidatura de Sergio Moro é "uma coisa retrógada, a força do atraso". Ele também afirmou que, se Lula quiser voltar ao comando do país, o grupo político do petista não poderá continuar "fracionado"...

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“É uma coisa retrógrada, não é? De ‘pega ladrão’, ‘tudo suspeito'”
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do PV, José Luiz Penna (foto), disse, em entrevista a O Antagonista, que a candidatura de Sergio Moro é “uma coisa retrógada, a força do atraso”. Ele também afirmou que, se Lula quiser voltar ao comando do país, o grupo político do petista não poderá continuar “fracionado”.

O PV, que já garantiu apoio ao ex-presidiário, tenta uma federação com partidos como PT, PSB e PCdoB, como temos noticiado. “Nossa meta é participar de uma frente que dispute poder”, disse o presidente da sigla que, se não se federar, corre o risco de desparecer nas eleições deste ano.

Até o segundo semestre do ano passado, Penna estava participando de reuniões da chamada “turma do centro”, que buscava, em tese, uma alternativa para a polarização Lula x Jair Bolsonaro.

Perguntamos o que fez ele sair de uma roda de conversas com MDB, PSDB, DEM, PSL, Podemos, Novo e Cidadania para negociar federação com partidos de esquerda.

“Essa história ficou para trás, né? Veio Moro… aí não dá. Alguns dirigentes partidários privilegiaram a situação regional e abandonaram a luta política nacional. O grupo ficou entregue a movimentos personalistas. A coisa foi se esfacelando”, respondeu Penna, para quem “a grande questão” é entender que “o cenário é de democracia contra atraso autoritário”.

Perguntamos se Lula — que, aliás, protagoniza o movimento mais personalista da política brasileira — é um democrata.

“Pelo menos os governos dele assim se posicionaram, com respeito às instituições. O que está acontecendo hoje é o desmonte institucional do país, a desmoralização de um projeto de nação.”

Perguntamos também se Penna acredita que um eventual novo governo Lula possa ser marcado por mais ódio e vingança, em razão das condenações do petista por corrupção e lavagem de dinheiro, em diversas instâncias, no âmbito da Lava Jato — as condenações foram anuladas pelo STF, o que não inocentou o ex-presidente.

“Olha, viver é arriscado. Fazer política, então, é bailar à beira do abismo. O futuro pode não ser auspicioso, mas é melhor do que o Bolsonaro, que não tem futuro nenhum.”

Também questionamos Penna sobre por que, no entender dele, “não dá” a candidatura do ex-juiz da Lava Jato.

“Ah, é uma coisa retrógrada, não é? De ‘pega ladrão’, ‘tudo suspeito’. A antipolítica sobrevive um pouco ali. Acho uma coisa extremamente perigosa a gente continuar com essas propostas de desmoralização da atividade política, porque não conserta, está provado aí. Entram pessoas que não têm compromisso com a ação política dignificante e fica tudo uma pasmaceira. Ele [o Moro] representa um pouco disso, uma coisa para trás, a força do atraso.”

A resposta de Penna fez O Antagonista se lembrar do discurso do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira no jantar, em dezembro de 2021, em São Paulo, em homenagem a Lula. “O crime já aconteceu, de que adianta punir? Que se puna, mas que não se ache que a punição irá combater a corrupção”, disse Mariz, na ocasião.

Leia também: O “ladrão”, o “assassino” e “o odiado pela classe política”

O presidente do PV ainda afirmou que acredita que Ciro Gomes, do PDT, possa compor com Lula ainda no primeiro turno. “O Ciro é um quadro qualificado e o Lupi [Carlos  Lupi, presidente do PDT] é muito competente em abrir conversa, em fazer composição. Ainda tem chão. Certo é que, fracionado, a gente não ganha a eleição”, disse.

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