Alexei Navalny cumpre atualmente uma pena de nove anos de prisão por fraude e desrespeito à justiça, mas toda a Rússia sabe que seu grande pecado é se opor ao autocrata Vladimir Putin. Neste domingo (12), Navalny protagonizou o momento mais político da cerimônia do Oscar — e a maior vitória, ainda que simbólica, contra um inimigo que só lhe impôs derrotas até agora.

Produzido pela CNN Films, Navalny ganhou a estatueta de melhor documentário. O filme conta a história do homem que mais incomodou Putin nos últimos anos. No discurso de vitória, o diretor do filme, Daniel Roher, agradeceu à família Navalny: “Obrigado por sua coragem, o mundo está com vocês”. Na sequência, falou a mulher do dissidente russo, Yulia Navalny. Segundo ela, seu marido “está na prisão apenas por dizer a verdade” e “defender a democracia”.

Do ponto de vista cultural, o maior vencedor da noite foi Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, que levou sete das 11 estatuetas que disputava — entre elas a de melhor filme; melhor direção, para Daniel Kwan e Daniel Scheinert; melhor atriz, para Michelle Yeoh; e melhores ator e atriz coadjuvantes, para Ke Huy Quan e Jamie Lee Curtis, respectivamente.

Brenda Fraser levou o prêmio de melhor ator, por A baleia, e Guilhermo del Toro foi premiado pela melhor animação, por Pinóquio. O grande derrotado da noite foi Steven Spielberg, que disputava em sete categorias com Os Fabelmans e não subiu ao palco nenhuma vez.

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