Protestos em Londres contra festival israelense geram confrontos e vandalismo

31.10.2025

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Protestos em Londres contra festival israelense geram confrontos e vandalismo

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 24.05.2024 09:48 comentários
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Protestos em Londres contra festival israelense geram confrontos e vandalismo

Em meio ao tumulto, um homem gritou para os manifestantes pró-Palestina: "escória maldita. Protegendo estupradores e pedófilos!"

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Alexandre Borges
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Protestos em Londres contra festival israelense geram confrontos e vandalismo
Foto: Reprodução

Protestos entre grupos pró-Israel e pró-Hamas resultaram em confrontos em frente ao Phoenix Cinema, em East Finchley, norte de Londres, nesta quarta-feira, 23.

O local foi vandalizado com grafites vermelhos em resposta à exibição de um documentário sobre as atrocidades cometidas pelo Hamas em 7 de outubro, gerando investigações policiais sobre crime de ódio.

Imagens mostram as portas do cinema pichadas com a frase “diga não à lavagem de imagem pela arte” (“Say no to artwashing”), um termo usado para criticar o uso de eventos culturais para encobrir crimes e abusos. O vandalismo ocorreu após o anúncio de uma sessão privada do filme “Supernova: O Massacre do Festival de Música” (“Supernova: The Music Festival Massacre”), parte do 13º Festival de Cinema Israelense Seret.

Os diretores Ken Loach e Mike Leigh renunciaram publicamente como patronos do Phoenix Cinema em protesto contra a exibição do festival israelense, reportou o The Guardian. Grupos pró-Palestina, incluindo Artistas pela Palestina do Reino Unido, exigiram o cancelamento da exibição, alegando que o festival fazia parte de uma estratégia mais ampla de “artwashing” por parte do Estado israelense para encobrir alegados seus crimes contra os palestinos.

No entanto, centenas de manifestantes pró-Israel compareceram ao cinema, segurando bandeiras nacionais e cartazes, entoando cânticos como “tragam [os reféns] para casa” (“bring them home”), em referência às vítimas israelenses sequestradas por terroristas do Hamas no festival de música Supernova, e “vergonha de vocês!” (“shame on you!”) direcionados aos apoiadores palestinos.

Vídeos mostram a polícia formando barreiras humanas para separar os dois grupos de manifestantes enquanto ativistas pró-Hamas com bandeiras da Palestina se dirigiam para a estação East Finchley. Em meio ao tumulto, um homem gritou para os manifestantes pró-Palestina: “escória maldita. Protegendo estupradores e pedófilos!”, seguido pelo canto de “imbecis” por parte de manifestantes pró-Israel.

Nicole Lambert, a jornalista judia que criticou em novembro o silêncio das feministas diante dos ataques do Hamas em outubro, comentou:

“Em outubro de 1936, numa época de antissemitismo intenso, [o líder fascista] Oswald Mosley e seus ‘Camisas Negras’ [grupo paramilitar apoiador do ditador Benito Mussolini] tentaram marchar pela East End [área de Londres ao norte do rio Tâmisa] judaica. Judeus e seus aliados reagiram com um chega-pra-lá que ficou conhecido como a ‘Batalha de Cable Street'”.

Em maio de 2024, numa época de antissemitismo intenso, uma horda usando keffiyehs [lenços tradicionais dos homens do Oriente Médio em volta da cabeça] tentou protestar do lado de fora de um cinema numa área do norte de Londres onde vivem muitos judeus, porque ali era exibido um documentário sobre o massacre no festival Nova. Judeus e seus aliados derrotaram-nos na Batalha do Cinema Phoenix. Eles não passarão.”

Alex Deane, candidato conservador para Finchley e Golders Green, compareceu ao protesto, postando no X: “Vim apoiar o @Phoenixcinema contra os antissemitas. Parece que mais algumas pessoas tiveram o mesmo pensamento.” A Comunidade de Segurança Judaica, uma organização que protege judeus britânicos do antissemitismo, declarou que a mobilização contou com mais de 1.000 pessoas contra o protesto “vil” que queria cancelar a exibição do documentário.

O Phoenix Cinema, inaugurado em 1912, é considerado o cinema em uso contínuo mais antigo do Reino Unido. Mais de 400 apoiadores prometeram quase 10.000 libras até a meia-noite de hoje para cobrir os custos de limpeza e reparação dos danos causados pelo ato de vandalismo.

A polícia metropolitana informou que, enquanto as investigações continuam, o incidente está sendo tratado como crime de ódio, garantindo que os manifestantes possam protestar em segurança e minimizando a interrupção para a comunidade local.

Um porta-voz do Phoenix Cinema afirmou que o cinema acredita na liberdade de expressão e que, como instituição independente, deve exibir conteúdos difíceis, sejam eles israelenses ou palestinos, sem tomar lados.

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